Você já parou para pensar na importância da qualidade do concreto? Qual é a garantia que nós temos nas construções de que o concreto que compramos da usina ou que fazemos no canteiro de obras têm a resistência adequada à exigida pelo projeto?

Pois é, isso é um ponto de extrema importância para a qualidade das nossas obras, e para ter esta garantia existe o teste de resistência do concreto, feito por laboratórios especializados e com equipamentos e estruturas próprias para tal.

 

Entendendo as unidades

No mercado, o mais comum hoje é encontrar concretos com fck de 15, 20, 25 e 30MPa, este valor deve estar descrito na nota fiscal de venda do concreto e há variação de preços de um para outro, isso acontece devido ao uso de tipos de cimentos diferentes, quantidade de cimento e agregados aplicados e presença ou não de aditivos.

 

Corpo de prova

Para constatar o valor do fck do concreto utilizado, as obras fazem o chamado controle tecnológico deste concreto. Quando o caminhão betoneira chega no canteiro de obras, algum funcionário deve retirar os corpos de prova deste caminhão e identificá-los com data, hora, e número da nota fiscal.

Este corpo de prova é padronizado e possui uma forma cilíndrica, deve ser preenchido com concreto sobre uma superfície nivelada e armazenado adequadamente conforme indicado na NBR 5738 (Norma Brasileira). Feito este procedimento o “CP” (apelido utilizado em 90% das obras que significa Corpo de Prova) deve ser encaminhado para o laboratório conforme citamos anteriormente.

 

Ensaio de compressão

O teste de resistência do concreto é feito pelo método do ensaio de compressão axial. Após o laboratório receber o corpo de prova da obra, ele é armazenado em câmara úmida por um tempo determinado de acordo com o pedido do cliente, sempre lembrando que o concreto atinge a sua resistência característica no 28º dia.

Vencido este prazo o CP segue para outro setor do laboratório onde ele passa por um nivelamento das superfícies para que encaixe perfeitamente na máquina que irá fazer o ensaio, e finalmente ele é encaminhado para a última fase, chamada de rompimento.

A máquina exerce uma força gradual de compressão sobre o CP até que o mesmo venha a romper, a força exercida é dividida pela área de topo do CP em cm², temos então a relação de kgf (exercido pela máquina) por cm², que, para chegarmos ao MPa, basta dividir este valor por 10 conforme explicado anteriormente.

 

Evolução para a engenharia

Com auxilio destes ensaios, a engenharia conseguiu elaborar concretos que podem chegar até 100MPa, o que para as construções antigas era inimaginável. Desta maneira os cálculos das estruturas ganham em alternativas, podemos diminuir a seção de um pilar aumentando a resistência do concreto utilizado por exemplo.

 


 

Além disso, vimos que para a segurança da obra devemos fazer o controle tecnológico do concreto utilizado, e sempre seguir os padrões indicados nas normas da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas), até mesmo quando o concreto que utilizamos é o pré-fabricado – falando nisso, sabia que o concreto pré-fabricado auxilia na diminuição de resíduos de construção? Confira em nosso próximo post!

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